13/04/10 às 20h34 - Atualizado em 3/11/22 às 15h00
A Novacap terá a ajuda da Polícia Militar nas operações de poda e retirada de árvores doentes no Distrito Federal. Funcionários da companhia, principalmente as equipes do Departamento de Parques e Jardins (DPJ), responsável pela manutenção da área verde do DF, têm sofrido constantes ameaças por parte de cidadãos que, apesar de todas as explicações, não compreendem que uma árvore só é extraída quando oferece riscos à população. A Novacap ressalta que o DPJ foi responsável pelo plantio de cerca de 500 mil mudas de árvores em todo o DF nos últimos três anos.
A primeira possível intervenção policial pode acontecer nesta terça-feira (13), quando o DPJ fará uma operação de retirada de árvores da espécie Monguba, infestada pelo besouro Euchroma gigantea e que, portanto, corre o risco de cair. A derrubada será às 9h na Avenida das Nações, na altura da 807 Sul, em frente ao Clube BRB.
De acordo com a Novacap, muitos destes protestos são considerados atos irresponsáveis, já que estas plantas não têm qualquer condição de permanecer de pé e podem trazer sérias conseqüências, como destruição de bens patrimoniais, ambientais, de edificações e até de vidas. Recentemente, em São Paulo, uma árvore caiu em cima de um rapaz e causou traumatismo craniano, com morte cerebral.
“Felizmente, tragédias como essa não aconteceram aqui no DF. Ainda. Mas podem ocorrer caso o trabalho do DPJ continue sendo prejudicado”, afirma a Novacap.
Os serviços de corte e poda de árvores em área urbana são indicados após vistorias dos técnicos da Novacap, profissionais especializados como engenheiros agrônomos e florestais. Segundo a companhia, mesmo munidos dos laudos os funcionários vão ao local executar o serviço e se deparam com as mais diversas situações, como pessoas amarradas nas árvores, ameaças, xingamentos, até mesmo briga entre os próprios moradores, a favor e contra as derrubadas. Não raramente as equipes da Novacap voltam sem concluir a retirada das plantas.
Ameaça na Esplanada
Atualmente a companhia tem três pendências de derrubadas, em função da resistência de protestantes. Um dos casos é o dos oito índios que estão acampados no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Ministério da Justiça. Eles estão em barracas de lona sob duas Mongubas condenadas, segundo laudos do DPJ. As árvores estão infestadas pelo besouro Euchroma gigantea, que se alimenta do miolo do tronco, deixando-o oco e, portanto, com risco de queda. A Novacap documentou tudo com fotos.
Funcionários da Novacap estiveram no acampamento dos índios duas vezes na última semana, tentando convencê-los dos riscos que correm ao permanecerem sob as árvores condenadas. No entanto, não obtiveram sucesso nas negociações.
Segundo o Decreto nº 14.783/93, é de responsabilidade da Novacap decidir quais árvores de espécies não tombadas serão cortadas, com base nos laudos emitidos pelos técnicos. Com esse respaldo legal, os trabalhadores a partir de agora vão executar o serviço e, no caso de haver impedimento por parte dos moradores, será solicitado auxílio de força policial.
Em São Paulo, cidade que conta com dois milhões de árvores, aproximadamente, o Corpo de Bombeiros registrou 95 quedas em razão da chuva e da ventania somente na noite do acidente, que culminou com a morte do jovem. No Distrito Federal, com cinco milhões de árvores, este ano foram registradas 45 quedas por causa dos temporais.