Iniciativa da Escola Corporativa da Novacap em parceria com o Instituto Recomeçar abordou a importância de se tratar o tema com esse público
A Escola Corporativa da Novacap, em parceria com o Instituto Recomeçar, promoveu, nessa semana, uma ação focada na importância da saúde mental para os trabalhadores da área de apoio da companhia — reeducandos contratados por convênio junto a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal (Funap-DF). O evento ocorreu no Espaço Macarrão e contou com a presença de cerca de 300 funcionários ligados à Funap — aproximadamente 100% do total.
Com o tema Janeiro Branco, a ação contou com palestras que visavam realçar a importância de se abordar a saúde mental com naturalidade e como forma de auxiliar na ressocialização dos reeducandos, em busca de otimizar a reintegração deles por meio de capacitação e desenvolvimento. Além de membros da Escola Corporativa e do Instituto Recomeçar, as palestras contaram com a participação da assistente social da Divisão de Medicina e Segurança do Trabalho (Dmed) da Novacap, Edilene Campos, e das psicólogas Giovana Macedo e Thays Souza Leão.
Segundo Edilene Souza, a ideia é aproveitar a noção de janeiro como sendo um mês de recomeços, por ser o primeiro de um novo ano, para propor que os reeducandos internalizem a importância do “começar” no entendimento e na abordagem da saúde mental. A assistente social definiu três desafios que ditam o andamento desse processo.
“O janeiro branco significa estarmos cuidando da saúde mental e fazer as nossas habilidades serem vistas. Se eu desenvolver habilidades que eu gosto, então eu vou estar feliz, com um bem-estar não só físico, mas mental e social. Às vezes a gente tem muita dificuldade de começar. Então, assim como janeiro fala de um começo de ano, nós precisamos começar. Depois disso, o segundo desafio que nós falamos aqui é continuar, que fala sobre o que é preciso dar continuidade, e o terceiro é entender o que é preciso cessar”, ressaltou a assistente.
Mikael*, reeducando em regime semiaberto e funcionário da Novacap, ressaltou a importância do trabalho realizado pelo Instituto Recomeçar — que intermedia as relações entre a Funap e a Escola Corporativa da Novacap — e pela Funap e agradeceu os conhecimentos adquiridos durante a palestra. “Abriu minha mente sobre recomeçar, ter um recomeço. Isso é uma oportunidade que estão dando para cada um de nós que estamos aí nesse sistema. Estou aprendendo bastante.”
Egresso do sistema prisional e funcionário da Novacap há um mês, Patrick* também participa do Instituto Recomeçar e reconheceu que assistir a palestra o fez mudar de mentalidade. “Deu pra abrir a mente. Deu pra pensar legal agora e perceber a importância que tem a saúde mental. Depois da palestra eu percebi mais isso.”
Para a gestora da Escola Corporativa da Novacap, Kamilla Ferreira, buscar capacitação e desenvolvimento para os colaboradores da companhia — dois dos principais objetivos da escola — precisa envolver os funcionários do corpo de Apoio, reeducandos da Funap. Dessa forma, uma das metas da escola é integrar esses reeducandos em outros projetos e realizar mais ações focadas em ressocialização e autocuidado, além da continuidade das ações e cursos de capacitação, que erradicaram o analfabetismo na Novacap em 2024.
“Temos pessoas aqui que nunca fizeram terapia, que não sabem que a saúde mental não é coisa de outro mundo, que é algo normal, que todo mundo tem ansiedade, que elas podem se cuidar, se tratar e ter meios de prevenir algo maior, como uma ansiedade e uma depressão. Essa foi uma ação que trouxe um ganho muito bom para nós, conseguimos abranger 100% deles e tivemos quase uma superlotação. Eles ficaram muito felizes e a gente ainda mais, por poder proporcionar para eles essa tarde de conhecimento e autocuidado”, reforçou.
*Nomes alterados para preservar a identidade das pessoas.
Texto e fotos: Henrique Fregonasse (sob a supervisão de Ádamo Dan)
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